Eu estava conversando com amigas, dizendo o tanto que gosto da Clarice. Uma amiga dise que ela nem era tão boa, mas de tanto todo mundo dizer que ela era muito, ela ficou, no nosso imaginário, muito boa. Em todas as turmas de calouros das faculdades de Letras, todos citam Clarice. Talvez por isso nós hoje, adultinhas, nos questionemos sobre a validade da, ahn, qualidade autêntica dela.
Mas ela é boa mesmo. E sempre que leio faço anotações de canto de página, meus livros são rabiscados e cheios de datas. É impressionante como sempre é uma referência pra alguma alegria ou problema.
Deixo dois trechos de duas crônicas, da compilação de crônicas Aprendendo a Viver.
:. Você tem um dinamismo interno que é um pouco violento e impulsivo. "Que eu seria até capaz de fazer coisas mas eu mesma as arrasaria depois. E que só existe uma lei: a da causa e do efeito .:
:. E, apesar de admirar a inteligência pura, acho mais importatepara viver e entender os outros, essa sensibilidade inteligente. Inteligentes são quase que a maioria das pessoas que conheço. E sensíveis também, capazes de sentir e de se comover. O que, suponho, eu uso quando escrevo, e nas minhas relações com amigos, é esse tipo de sensibilidade, uso-a mesmo em ligeiros contatos com pessoas, cuja atmosfera tantas vezes capto imediatamente .:
sábado, 17 de novembro de 2007
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5 comentários:
Eu jurava que você tava falando da Clarice, amiga da Cindy, que fez Letras na UFRJ.. Achei que ela tivesse se tornado uma figura folclórica pros calouros e que você duvidasse que ela era generosa o suficiente...
Que viagem...
putaquilpariu, geisy.
hahaha
Geisy, vc não foi a única que viajou!! hahaha...
Juli, concordo MUITO com vc.
Eu tive uma relação conturbada com Clarice. Eu detestava ela. Tinha horror. Quando alguém começava a ler alguma coisa dela eu saía de perto. Mas isso se deve ao fato de eu ter sido obrigada a ler A Paixão Segundo GH com 12 anos de idade pra fazer uma prova estúpida de literatura. Enfim, ela acabou pagando o pato pelo ensino pavoroso que tive.
Mas isso passou e quando consegui superar o trauma e realmente ler Clarice, foi tão bom!!! Eu me identifico não só com as coisas que ela escreve, mas também com a forma que ela escreve.
E, Juli, vc tem essa sensibilidade, né? =)
A Clarice me chamou a atenção qdo eu tinha 13 anos e me sentia o coco do cavalo do bandido perdido nesse mundo e li a seguinte frase: "Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." Me senti tão confortável e fiquei me perguntando quem seria essa pessoa. Anos mais tarde li "Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres" e pronto, me apaixonei de vez. Acho que pra gostar dela tem que ser assim, uma relação pessoal com a escrita dela. Gostar só pq "ela é boa demais" não dá certo, não. Mas ler "paixão segundo GH" com 12 foi pegar pesado... eu já comecei 3 vezes e ainda não consegui passar da pag 20 :c/ rs
Que bom que vc me entende!!
Foi pesado sim e acabei nem querendo chegar perto de nada dela...rs...
=)
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