domingo, 13 de julho de 2008

Fazer livros ou abandonar o que ama (trechos de algo que teria dito melhor outro dia qualquer, mas que só tenho tempo para escrever agora)

Tenho pensado tanto tanto tanto que em volta tem ficado uma bagunça. Acho isso um problema, mas não estou podendo parar de pensar. Ou não estou conseguindo. Ou não estou mesmo podendo.

Estou sendo institucionalmente obrigada a pensar minha vida. Em ordem lógica. Uma monografia.

Por que diabos se envolver tanto com livros? E ainda se interessar pelo ponto cego da produção deles que é justamente o momento entre o autor e o leitor, que ninguém nem sabe que existe!? É o momento em que parece haver só uma maneira de proceder, mas é só alterar o cronograma que você arranja milhares de novos caminhos para fazer um livro. Nenhum ideal, mas ninguém nunca me apresentou uma medida de quanto nos afastamos do ideal com essas soluções incríveis.

Eu acho livro importante para o ser humano. Mas acho que estou errada. É importante por ser um arquivo, mas não pelo que contém. Analfabetismo é ruim pro nosso modo de vida, mas não me parece prejudicial ao homem pelo que é em si. Assim como a mãe do Lula, nós todos nascemos analfabetos e poderíamos viver com isso e fazer coisas úteis e fazer coisas lindas e fazer o que seria nossa missão na vida. (Ai, fodeu: Qual seria a razão de existirmos, cacete? Não consigo fingir muito tempo que não estou pensando nisso, acho mesmo que SÓ SÓ SÓ penso nisso e tudo que faço e falo é metáfora, mas ok... Ok, nada: Viver o todo-dia seria metáfora? De quê? Por favor, não respondam "a Matrix")

Voltando: Estranho se afastar do ideal ser um erro. Se tem uma coisa que eu juro que existe são as "diversas possibilidades". Diversas possibilidades de tudo dar certo (dar errado tb, mas isso todo mundo fala, tem lei de murphy e o caralh'a quatro)! Eu não sei se isso é fluoxetina de mais ou de menos no sangue, mas tenho facilidade de abandonar o bom, o que gosto, o que funciona, pra ver o-que-mais-se-pode-ter.

Estou falando isso por causa do meu atual pedido de demissão. Quarta não estou mais lá, não pertenço mais e isso sempre dói. Muita convivência, alguma grosseria, muitas piadas, muitos mal-entendidos, muita gravidez, muito casamento, muitíssimas surpresas, dois incêndios, muitos babacas, muito dinheiro passeando sempre longe da minha conta, infinitas ajudas.

Definitivamente, tudo tem limite, até mesmo samba, conforto e felicidade.

4 comentários:

AR disse...

Ih!

marta disse...

Cindy! Boa sorte! Vai na fé!

E adorei a forma como vc terminou o texto!! =)

ps: tudo tem um limite sim.

Juliana disse...

cara. 2 coisas. eu acho que a nossa missao aqui é aprender a ficar bem, a lidar com as coisas ruins e fazer os outros felizes. prontorresumi. e sempre tive medo de largar o que tá bom, 'funcionando', pra ver 'qualé da parada'. e tenho tido cada vez menos esse medo. menos medo de arriscar tudo - as you know. e bem menos ansiedade também de sair do conforto. ou seja. acho que tô me saindo bem, na medida, pra ser uma pessoa melhor.

Clarissa disse...

Até samba, né, Cindy?!! Isso me lembrou o ano novo!!! saudades!!!