sábado, 31 de maio de 2008

Hermetiquinha da porra

Tenho percebido que ando escrevendo cada vez mais do avesso e que meus posts andam ficando muito "poéticos", o que pode ser um eufemismo pra "esquisitos".

Queria escrever algo absolutamente comum ou simples, mas isso é bem difícil mesmo. Eu não penso retilineamente, minha cabeça dá voltas pra chegar aos lugares que chega, mesmo quando é pra, por exemplo, responder as horas pra alguém. Eu olho pra esse alguém, penso sobre quem deve ser, por que precisa saber das horas, descubro a hora, penso se tá tarde pra mim pra alguma coisa, se tiver tenho uma sensação ruim, se não tiver tenho uma sensação boa e essa vai me fazer pensar em como viver é cheio de pequenas gracinhas fofas e como me sinto bem diversas vezes por dia e como na adolescência eu não achava que fosse alcançar essa "alegriazinha burguesa" nunca e se alcançasse seria por desistência de pensar. Bem, só aí eu já teria pensado muito e lembraria que na adolescência havia outros fatores que me faziam pensar daquela forma e que Marx deve ter tido as razões dele pra pensar daquela forma e não de outra, coisa que vai fazer com que um zé concorde com ele e outro, não.

E pensando assim a linguagem precisa ser resumida. É necessário usar palavras que carregam dentro de si muitos significados (lembrei das palavras-valise) e achar exatamente as que atingem a maior parte das pessoas que as lerão, e daí para criar palavras compostas é um pulo, mas isso não vem ao caso.

Assim, a linguagem vai ficando complexa como meu pensamento, mas eu vou achando que estou lotando de significado cada palavra que uso e assim em uma frase estou dizendo 5 ou 10 pensamentos. Uma forma de economizar, de testar a capacidade de leitura dos outros e a minha, mas na verdade isso está se impregnando tanto em mim que jé é meio que minha filosofia de vida e assim tenho entendido amor, literatura (artes), pessoas, como a capacidade de unir grande quantidade de significados em um só "recipiente". E tenho gostado de entender assim. E de explicar assim também :)

Ok, eu tentei, vai.

7 comentários:

marta disse...

Eu, particularmente, adoro seus posts.
Não sei se é porque gosto do estilo, se é porque te entendo, porque também sou assim, ou tudo junto.
Costumo brincar que situações (por menores e mais simples que sejam) me fazem pensar todo um roteiro de cinema, com início, meio e fim. E na maioria das vezes ainda encontro tempo pra fazer vários inícios, meios e fim diferentes.
Isso cansa.

Marina disse...

Pior que pensar, ler, escrever ou entender assim, é falar desse jeito! Eu me sentiria pessoinha insuportável...
O negócio é que as linguagens dependem muito do quanto elas estão imersas na esfera do cotidiano. Quanto mais cotidianamente vivemos a nossa vida, quanto mais voltada pro agora, pro imediato, acredito que menos teremos necessidade de sermos hermeticos. Mas vamos expandindo a escala espaço-temporal para explicar as coisas, aí fudeu. A filosofia fode tudo. Mas ela é essencial para a gente não voltar a ser só bicho ou dominarmos o mundo estupidamente.

todoseles disse...

Marina, vc me odeia?

marta disse...

huahuuhauhahuahuhuahua!!!

Marina disse...

????

Marina disse...

fui ofensiva? caraca, juro que não entendi a sua pergunta!

Juliana disse...

quando meus frilas de maio fecharem, escrevo um post-resposta/comentário.
isso é vc em toda a sua funckin' life. yé.