quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tudo que nos cerca se torna parte de nós, se nos infiltra na sensação da carne e da vida,e, baba da grande Aranha, nos liga subtilmente ao que está perto, enleando-nos num leito de morte lenta, onde baloiçamos ao vento.

Tudo é nós, e nós somos tudo; mas de que serve isto, se tudo é nada? Um raio de sol, uma nuvem que a sombra súbita diz que passa, uma brisa que se ergue, o silêncio que se segue quando ela cessa, um rosto ou outro, algumas vozes, o riso casual entre elas que falam e depois a noite onde emergem sem sentido os hieróglifos quebrados das estrelas.

(Bernardo Soares - O Livro do Desassossego)

15 comentários:

ju coniglio disse...

caraca, odeio poesia.
li o primeiro parágrafo três vezes não entendi nada e passei pro segundo. o segundo era maior e li uma vez só. na verdade parei no meio.
caraca, detesto poesia.

marta disse...

eita!!

foi mal aí!

rsssss

ju coniglio disse...

uai que isso, geral gosta. (falando que nem flamenguista pra justificar meu ódio à poesia, que flamenguista é tudo analfa.)
mas sérião: o q q tá escrito lá?

Rafiux disse...

Po! É prosa!

ju coniglio disse...

aahhhh, mas é uma prosa poesística. muito difícil, meu cérebrinho não alcança. cerebrinho não tem acento.

marta disse...

Vc tava falando de linguagem poética, né, Juliana?

Olha... veja bem... eu não sei explicar não. Apenas sinto. Vc não sente nada quando lê?

Dizem que esse é o livro mais "pesado" do Pessoa.

Mas tie esse ódio do coração!! rsss

(vc não devia ter falado isso, sou implicante e agora tô morrendo de vontade de colocar um monte de coisas poéticas aqui)

marta disse...

*tire

ju coniglio disse...

olha marta, eu sinto confusão.

e não tenho ódio não, só não gosto desse tipo de poesia, que complica pra falar, enrola o que quer dizer. poesia rimadinha que diz o que diz, diretamente, essa eu até gosto. li uns shakespeares bem bonitinhos, aliás eu tenho um livro lindo com ilustrações lindas de uns sonetos dele. edição bilíngue, um achado. :)

marta disse...

Sentir confusão é bom!! Vc está sentindo!

Geisy disse...

Hahahahahahahahaha

Eu te entendo, Juliana! :D

Deve ser coisa de cientista... :P

Geisy disse...

Queria deixar claro que não sou cientista, só sou de esquerda.

Hahahahahahaha :D

Marina disse...

gente, tô encucada: para sentir não tem que entender?
reitero que sou flamenguista e de esquerda, portanto sou a mais "analfa" aqui...hehe

ju coniglio disse...

jaíza é cientista sim. nem que seja cientista social. além do que tem essa discussão de que matemática não é ciência. gente! acabei de lembrar qe sonhei que encontrava a cindy por acaso na cinelândia.

marina, e se vc sente que não entendeu lhufas?

martina, mas é um sentimento meio previsível: eu sinto confusão em quase toda poesia. aí perde a graça, né.

marta disse...

hahahaha... entendi, Juliana. E só para comentar, eu acho a matemática uma ciência espetacular e tenho medo dela! hahaha...

Marina, não acho que precisamos entender para sentir. Aliás, é o que eu mais faço na vida. rsss...

Tô adorando os comentários!

Marina disse...

Marta, o meu raciocínio é o contrário, na verdade...eu sinto quando não entendo, claro, afinal eu sou bicho também. Darwin ajudou a explicar inclusive com a tal da evolução das espécies. Fora que o inconsciente está aí para nos perturbar de vez em quando...
Mas se alguém escreve alguma coisa para a gente sentir é porque ela teve alguma intencionalidade por trás, então isso significa que houve um processo construtivo com o mínimo de racionalidade. Então eu já espero que vá ter que entender para sentir, entendeu?

Se não fosse assim qualquer coisa valia e qualquer arte ou processo construtivo que eu seriam igualmente válidos, porque causaria alguma sensação, nem que seja a sensação de "que merda" ou "não entendi lhufas". Mas aí é mais ou menos o que a Juliana fala....assim não tem graça né?
Tô viajando e o post deve estar enorme....rs