Aí que hoje foi a primeira vez que chorei muito com medo de a Teresa morrer. A filha mais velha veio procurar o cartão dela e buscar algumas coisas que estavam aqui em casa. E, em 25 anos, eu nunca tinha mexido nas coisas que ela guardava. Os bolsos das roupas, os exames, a camisola, coisas da igreja, muitos papéis burocráticos, capas de carteirinhas, um porta-celular Hugo Boss. Descobri que ela guardava o dinheiro debaixo do colchão.
Entrei na intimidade dela como se ela não existisse mais. Mas ela existe.
Conversamos com a pequena e choramos todas. Ela não sabia de fato o que estava acontecendo. E ela também não tinha chorado, porque, na cabecinha dela, é feio. Aí falamos aquelas coisas todas de papai do céu, de chorar ser normal, porque estamos tristes e gostamos da mãe dela, de perguntar tudo o que quiser saber, de que os médicos estavam fazendo tudo o que sabem para ajudar a mãe dela, mas que nem sempre tudo o que os médicos sabem conseguem ajudar a pessoa que está doente.
O Caio, meu cachorro, toda hora vai lá fora e olha pra nossa cara, como quem diz 'Cadê?'. E a gente fica triste de novo.
Tá ruim.
Eu escrevi aqui pra legitimar a importância disso tudo pra mim, eu acho.
Quem acreditar, rezaí. Quem não acreditar, manda boas vibraçôes. E quem não acreditar em nada, faz as duas coisas por mim.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
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2 comentários:
Julieta... :(
ai, Juli.... q ruim... Ela tá mal assim?
mando boas vibracoes...
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