quinta-feira, 27 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
CONTA COMIGO - Para Cindy ler
Mandei um e-mail, mas acho que ela não leu. Então coloco aqui porque quero que todos os citados leiam.
Aos dezessete, vivi o suspense do fim do segundo grau. Deparei-me com a possibilidade de não conviver mais tanto com amigos que, em sua maioria, acompanhavam-me desde os seis anos. Passei para a faculdade de Letras, continuei estudando com dois desses amigos da escola e relutei muito para fazer novas amizades. E a Cindy e o Mauro nem eram da minha turma, econtrávamo-nos nos intervalos das aulas e na volta para casa. Mesmo assim, eu não queria fazer amizade com outras pessoas.
Aos três anos, minha melhor amiga era a Fabrícia. Tão amiga que transmiti catapora para ela e ela continuou brincando comigo e chorou quando eu me mudei.
Aos oito anos, a Ignez não me emprestou um apontador. Fiquei com raiva dela e ela se tornou minha melhor amiga. Exploramos castelos abandonados, casas mal assombradas, elevadores e cachoeiras. Não que nos preocupássemos com isso, mas éramos as melhores alunas da turma, nossas notas eram parecidas.
Quando eu era católica e freqüentava o grupo jovem, meu amigo Wellesson me escrevia cartas mesmo estando ao meu lado. Foi ele que me ensinou que amigo se abraça e, quando viaja, fica pensando no outro e, mesmo quando a amiga sai da Igreja, continua amando e conversando no portão durante horas.
No segundo grau, fiquei amiga daquele menino que sempre foi da minha turma e que pegava o ônibus escolar comigo e daquela menina que nunca foi da minha turma mas que eu sempre via na hora do recreio e cuja irmã era da turma da minha irmã. Cindy e Mauro me fizeram verbalizar meu não preconceito e amadureceram em mim a idéia de que sexualidade alheia não deve ser especulada, mesmo o Mauro tendo me contado a múltipla escolha sexual em uma folha de fichário. Aliás, o Mauro me fez gastar folhas de fichário mais com conversas durante as aulas que com as matérias escolares. Em 1995, inventamos o chat. Nessa época, eu formava dupla também com a Andreza. Por ela, encarei uma cerimônia longa e cheia de coreografias genuflexórias na Seicho-no-ie. Nossos papos existencialistas ainda não foram concluídos até hoje.
No segundo período, tive que me render à amizade com as meninas da minha turma. Mérito delas, porque eu era esquiva e quase não parava para conversar. No máximo, trocava informações sobre as aulas.
Mas foram essas meninas aí que tornaram minha vida naqueles anos a melhor possível.
Descobri com elas que a fofurice pode até rimar com babaquice, mas as duas estão longe de serem sinônimos uma da outra. Descobri também que é possível e necessário dizer "eu te amo" para amigos e abraçá-los até o peito doer. Patrícia me fez descobrir o sentimento que faz alguém fugir de casa e procurar ajuda na casa de um amigo - que acolhe, alimenta e ainda paga entrada pro Rio Water Planet e o lanche lá. Margot me mostrou como pode ser digno dançar axé e beber malzbier depois de um semestre do caralho e como um bracinho torto pode conter um dos abraços mais gostosos dessa vida. Michele, sempre desprendida materialmente das coisas, ensinou que, quando você ama, você empresta até sua bolsa Victor Hugo. Lígia comprovou que você acaba se mantendo numa faculdade que não abrange suas expectativas só por uns momentos no trailler do Abel com essas meninas. Julinha me fez entender, mesmo passando para Direito na UERJ, o porquê de se despencar até a Abolição para comer batata frita com as mãos e de sentir falta do cheiro de quem se ama. Descobri por que um bando de mulheres falando alto e ao mesmo tempo é uma delícia.
Minhas amigas "patricinhas" (como eu as chamava antes de conhecê-las) ficaram até hoje aqui dentro e ficarão até aqui dentro ir lá para fora e se misturar com tudo no mundo.
Quando era professora, voltava para casa com Quedma. Quedma me ensinou que viver é tão necessário que nem uma cirurgia de vesícula pode impedir alguém de ir à Festa do Tomate em Paty do Alferes.
Entrando em uma farmácia, conheci Barbara e Julia, que moram na Alemanha e poucas vezes vêm ao Brasil. Com elas, aprendi que amigos podem até não falar a mesma língua, mas sempre se entendem, memso com culturas tão distintas. Hoje posso dizer que tenho família na Alemanha. Quatro lares - não apenas casas -, no mínimo, para ficar.
Aos vinte e oito, com Saturno prestes a retornar, entrei para a Faculdade de Direção Teatral. Apaixonei-me à primeira vista por Nina e Pedro e desenvolvi síndrome de Estocolmo por meus veteranos. Mentira, eu fui pior com eles que eles comigo. Descobri em Ticiano um pedaço da minha alma que vagava por aí e consegui juntar as partes. Adotei Sara e me deparei com o fato de que nem todo africano é negro. Sonhei carnavais com Herzog. Com Amanda, repeti metaforicamente a cena do apontador e senti a perda física de um amigo. Sentei num banquinho e chorei com Tomás. Olhei em silêncio para Daniel Archangelo e ele me entendeu.
De lugar nenhum e de todos, surgiu Rafuda. Fui veterana dele na Letras mas nunca o vi lá. Ele foi meu veterano na Direção Teatral e se formou um ano antes de eu entrar. Não sei o porquê e nem como essa amizade surgiu. Acho que foi um dos raros casos em meu histórico de amizades que começou com boa vontade mútua. Dividimos cafés e assuntos que abrangem desde infância na década de 80 até rumos e rumores teatrais na faculdade, no mundo e em nossas cabeças. Rafuda me ensinou a ser diva.
Aos trinta, estou escrevendo aqui. Todos os nomes aqui são verdadeiros, são pessoas que existem. E todos são meus melhores amigos até hoje. Meu pai sempre me dizia duas frases sobre amigos: "amigo é só o tempo que diz" e "amigo verdadeiro é aquele que não chama você só para beber, chama para comer também". Todos os amigos cujos nomes estão aqui já me chamaram para comer. Não necessariamente me deram alimento para o corpo (muitos sim!) mas se preocuparam em não deixar minha alma morrer de inanição.
Não tive amigos por fases da vida, fui acrescentado todos, pouco a pouco, aqui dentro. Fico um tempão sem vê-los e, quando nos encontramos, nunca há intervalo de tempo, não somos os mesmos, porque somos espertos e mudamos conforme a vida, mas nossa amizade é a mesma. Mesmo não compartilhando das mesmas atividades, sempre temos assuntos e eu nem me pergunto por que é que não nos vemos mais vezes porque sei que não precisamos nos fazer lembrar para o outro. Mesmo Amanda, que se foi há um mês e meio, é presença inabalável.
Não sou uma pessoa fácil de se conquistar. Trato todos bem e com carinho e me interesso por conhecer qualquer ser que habite este mundo, mas me fazer saber ser amiga e ter amigos é difícil. Essas pessoas aí de cima certamente possuem a tal da luz na testa.
Com todos, ganhei novas família, novos pais, novos irmãos. Com todos, encontro motivos para não me tornar atéia e ainda acreditar na humanidade. Todos fazem aparecer em mim meu melhor lado. Sou, por causa de todos, isso aqui. Meu café, minha comida, minhas gargalhadas, minhas lágrimas, meus braços, meus seios, meu ombro, minhas pernas, minhas mãos, minhas citações, meu olhar, meus lábios, meus ouvidos! Tudo aos meus amigos! Amo vocês assim, oh! Bem forte e para sempre! Amém!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
domingo, 9 de agosto de 2009
Hors-concours – Gal versus Brasil
Achei esse vídeo e nunca mais deixei nem deixarei de mostrá-lo para o mundo.
É o seguinte, Gal parece afogada Prozac, Propofol, quiçá Demerol. Com um sorriso calmo, de quem compreende, entra no palco com um cabelo que Reginaldo Rossi viria a imitar. Cheia de espelhos na roupa, mal se move no palco, mas sorri e sorri e sorri tomando uma chuva de confetes e serpentinas que o público taca nela. Não é que o público jogue um pouquinho para festejar e tal, o público parece ter alguns espíritos porcinos que TACAM os troços na cara da mulher. Sabe aqueles tufos de serpentina que vão se amontoando nos cantinhos dos bailes de carnaval? Pois nitidamente é isso que tacam na Gal. Que continua sorrindo num super astral... Justamente por não parar de sorrir, acaba comendo alguns confetes que tacam nela e, discretamente, no meio da música, ela vai tirando uns da língua.
Aí a câmera corta para uma cena mais importante: uma bicha animada em cima do parapeito dança tão entregue que não percebe que está chutando o coleguinha. O câmera, sensível, nos apresenta a calada indignação deste coleguinha.
Então a câmera volta pra Gal, que tem Jesus como baixista, sendo zoada pelo público. Até que, de repente, vem a vingança da artista: ela dá um grito tão-tão forte no ouvido de um cara da plateia que ele cai (2:19)! Juro! E aí me dei conta da preciosidade deste vídeo... :D
Depois disso, ela continua dançandinha e sendo avacalhada pela galera, recebe um caboclo, fica toda escrotizada de serpentina e até uma Xena aparece, mas a vitória é da maluca.
Um épico imperdível!
Melhores mulheres malucas de hoje
Por favor, reparem nas caras na plateia...
Por favor...
"Sou a Teresinha Uó..." (Letícia Ferés)
"O sutil descontrole..." (ibidem)
sábado, 8 de agosto de 2009
Esse site e' engracado
http://dontjudgemyhair.com/
E meu teclado nao poe cedilhas nem acentos. Desculpem, e' a reforma ortografica...
E meu teclado nao poe cedilhas nem acentos. Desculpem, e' a reforma ortografica...
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